Ministério Público mobiliza visita técnica a aldeias xavante de Mato Grosso para enfrentar falta de água e alimentos
18 de setembro de 2025

O Ministério Público de Campinápolis (MT) pediu parceria com a Missão Salesiana e da Operação Mato Grosso para contribuir na escolha de aldeias modelo. A iniciativa visa estabelecer projeto de segurança alimentar nas comunidades indígenas xavante de Mato Grosso. O órgão demonstra preocupação com a falta de alimento nas aldeias.
A ação contrapõe práticas de doações e cestas básicas. Por meio de parcerias, o Ministério Público acredita poder auxiliar comunidades indígenas na produção própria de alimentos. A estratégia busca autonomia alimentar para as populações tradicionais.
Na semana passada ocorreu reunião virtual entre diferentes instituições. Participaram EMPAER, Senar, Missão Salesiana, Operação Mato Grosso, Ministério Público e Prefeitura de Campinápolis. Os representantes discutiram detalhes do projeto de segurança alimentar.
A ideia é investir e apoiar iniciativas em pequena escala, tais como “roças de touco”, e outras práticas agroecológicas, além de grandes projetos que já existem em algumas aldeias por aí, contrapondo com a monocultura existente, que tem apoio de trabalho mecanizado. A preocupação é apoiar iniciativas que já são desenvolvidas nas aldeias, tendo uma diversidade de plantios, como mandioca, batata, cará, arroz, milho e feijão. Esses itens foram os próprios indígenas que destacaram como importantes para o cultivo nas aldeias.
Técnicos visitam seis aldeias em busca de soluções
Na última terça-feira (09/09) um grupo mobilizado pelo MP realizou uma visita nas aldeias. Estiveram presentes representantes da Missão Salesiana, Operação Mato Grosso e EMPAER. Seis profissionais de diversas áreas da EMPAER participaram da atividade.
Dois técnicos vieram de Campinápolis, dois de Barra do Garças e dois de Cuiabá. O grupo visitou aldeias para dar apoio e discutir necessidades com as comunidades indígenas. Os profissionais buscaram conhecer as dificuldades e desafios enfrentados pelos moradores.
A visita aconteceu nas aldeias Três Reis Magos, Dez Mandamentos, Madre Laura, Santa Clara, Santa Benedita e Santa Rita de Cássia. Os técnicos conversaram com lideranças locais sobre possibilidades de desenvolvimento agrícola. A iniciativa priorizou diálogo direto com as comunidades.
Aldeias escolhidas receberão acompanhamento técnico especializado
Após avaliação das visitas, até três aldeias poderão ser escolhidas para receber acompanhamento técnico. Agrônomos farão acompanhamento sistemático dessas comunidades selecionadas. As aldeias escolhidas servirão como modelo de inspiração para outras comunidades.
O projeto pretende amenizar problema da fome nas aldeias indígenas xavante. A iniciativa busca desenvolver soluções sustentáveis para segurança alimentar. O acompanhamento técnico visa fortalecer a capacidade produtiva local.
O Ministério Público reconheceu o bom trabalho da Operação Mato Grosso em parceria com a Missão Salesiana. A EMPAER também envolveu essas organizações no projeto por conhecerem bem as comunidades indígenas. As entidades facilitam contato e aproximação entre órgãos públicos e aldeias.
Representantes acompanham iniciativa nas comunidades
O diácono José Alves representou Missão Salesiana durante a visita às aldeias. Vanderlei Miranda Souza participou pela Operação Mato Grosso. Os dois acompanharam o trabalho dos técnicos nas comunidades visitadas.
Entre os técnicos da EMPAER estiveram Camilo e Ítalo, de Barra do Garças. De Campinápolis participaram Renato e Denise. Cuiabá enviou Fabrício e Daniela para compor equipe.
Agora essa mesma equipe fará uma análise das visitas para definir quais são as aldeias com melhores condições. O projeto poderá expandir para outras aldeias conforme avanços obtidos. A iniciativa pretende crescer gradualmente entre as comunidades xavante.
Falta de água representa principal desafio identificado
“Os desafios são muitos, mas a gente vê que por meio desse projeto é possível auxiliar a comunidade com algumas ferramentas próprias para o trabalho, com alguns equipamentos, algumas sementes e um apoio técnico para a produção de alimentos”, declarou diácono José Alves. O representante da Missão Salesiana destacou ainda o potencial do projeto para auxiliar as comunidades.
“O que ficou claro nessa visita às aldeias e em todas elas o problema é a falta d’água”, afirmou José Alves. Os técnicos constataram que a escassez hídrica compromete plantio nas aldeias, especialmente durante período de seca. A situação torna produção agrícola escassa nas comunidades visitadas.
O projeto incorpora preocupação com abastecimento de água junto à questão alimentar. A água servirá tanto para preparação de alimentos quanto para irrigação de plantios. A solução hídrica representa elemento fundamental para sucesso da iniciativa de segurança alimentar.